Pintadas (BA) terá o 1º Abatedouro Administrado por uma cooperativa
ASN - Agência Sebrae de Notícias - DF
15/07/2008 - 11:19
Pintadas (BA) terá o 1º abatedouro administrado por uma cooperativa.
Pequenos criadores esperam conseguir melhores preços pelos caprinos e ovinos da região.Adelmo Borges
Maria Guadalupe
Maria Guadalupe
Abatedouro em Pintadas (BA)
Os 64 integrantes da Cooperativa Agroindustrial de Pintadas, município localizado a 255 km de Salvador, estão animados com o início da capacitação da mão-de-obra que vai atuar no abatedouro local de ovinocaprinos. A unidade, a primeira administrada na Bahia por uma cooperativa, tem todos os equipamentos instalados e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) já fez a vistoria e liberou o SIE (Serviço de Inspeção Estadual) para que o equipamento possa funcionar. Só faltava o treinamento do pessoal, a cargo do Senai, que já aconteceu. Ou seja, está tudo pronto, falta apenas a inspeção final do Estado.
Segundo o presidente da cooperativa, Diomécio Juvêncio dos Santos, 43 anos, quando estiver em pleno funcionamento a unidade vai abater cerca de 100 animais/dia de toda a Bacia do Jacuípe, formada pelos seguintes municípios: Pintadas, Ipirá, Pé de Serra, Capela do Alto Alegre, Várzea da Roça, Baixa Grande e Nova Fátima. “Além disso, pretendemos integrar outras cooperativas e prestar serviço de abate”, ressalta Diomécio, lembrando que no total são 18 mil cabeças e a intenção é atender inicialmente os mercados de Salvador e Feira de Santana.
Apesar de a carne de ovinocaprino ser saudável, com baixo teor de gordura, muitos consumidores resistem em consumi-la por não ter certificação. “Cerca de 80% do abate feito na região é de origem clandestina”, afirma o presidente da cooperativa, destacando que o abatedouro terá ainda um setor para abate de bovinos, que deve ficar pronto ainda este ano.
A construção do abatedouro é fruto da articulação das várias redes sociais que existem no município, que tem cerca de 10 mil habitantes. Diomécio informa que as discussões começaram em 1989, quando foi construído um pequeno abatedouro de ovinocaprino na cidade. Como não obedecia as normas da Vigilância Sanitária, foi desativado e em 2005 a Disop, uma organização não-governamental belgo-brasileira, juntamente com a prefeitura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), financiaram a construção do abatedouro e do caminhão frigorífico. “Depois buscamos a parceria do Governo do Estado e do Sebrae, que passou a atuar na capacitação para gestão e acesso a mercado”, destaca Diomécio.
Produtores têm assistência técnica:
Em paralelo ao processo de implantação do abate, técnicos estão fazendo um levantamento do rebanho para conhecer e orientar os produtores da região. Segundo o veterinário Hugo Dultra Gordiano, 27, coordenador técnico da Agtec (Assistência Gerencial Tecnológica), que atua junto com mais 10 técnicos em agropecuária, já foram cadastradas 159 propriedades, mas a meta é atingir todas as 400 fazendas dos sete municípios da Bacia do Jacuípe.
“Com os dados sobre o rebanho, o tipo de pastagem e o manejo, vamos poder dar uma assistência gerencial adequada ao criador, que vai aprender a controlar o fluxo de caixa, a taxa de desfrute do rebanho, peso ao desmame, entre outros fatores”, destaca Hugo, lembrando que no início o técnico vai fazer as atividades junto com o produtor e depois ele mesmo vai administrar a própria
propriedade.
O coordenador estadual da área de ovinocaprinocultura pelo Sebrae, Robério Araújo, explica que a Agtec foi viabilizada graças a uma articulação institucional entre a Secretaria da Agricultura do Estado e Sebrae. A iniciativa atende cerca de 1200 produtores no Estado em três regiões: Juazeiro, Pintadas e Jussara.
“É uma forma de integração entre o produtor e a agroindústria”, destaca Robério, lembrando que a Bahia tem dois outros frigoríficos de ovinocaprino particulares, um em Feira de Santana e outro em Jequié, além de um terceiro em Barreiras, que funciona de forma mista (parte é administrado pela cooperativa e parte pela iniciativa privada). O objetivo principal, segundo o coordenador estadual, é inserir o pequeno produtor nos ganhos da cadeia produtiva.
Expectativa de bons negócios:
Os criadores esperam que o abatedouro melhore o preço pago atualmente pelo quilo do animal, além da garantia de compra. Ênio Santo de Lima, 39, de Capela do alto Alegre, a 26 km de Pintadas, por exemplo, tem um rebanho de 65 matrizes de caprinos na Fazenda Tiririca. Hoje, o produtor recebe cerca de R$ 75,00 por arroba. Normário Juvêncio dos Santos, 44 anos, é outro que espera aumentar a renda depois do abatedouro. Ele tem ao todo 40 ovinos da raça Santa Inês, e cria matrizes para revender. “Espero que tenhamos mais mercado com a inauguração do frigorífico”, disse.
Já Simário de Oliveira Rios, dono da Fazenda Cajazeira, em Pintadas, confessa que cria ovinos devido ao baixo custo de alimentação. Ele mantém um plantel de 25 matrizes e mais três vacas. Destaca que o mercado potencial é Rio de Janeiro e São Paulo, onde os cortes especiais são valorizados. “Com o frigorífico, vai haver um abate em alta escala, o que vai estimular a criação
de mais animais”, destaca, lembrando que a Bahia detém o maior rebanho de caprinos do Brasil e o segundo de ovinos (só perde para o Rio Grande do Sul).
Quando estiver funcionando, o abatedouro vai prestar serviço para toda a região. “Num raio de 50 km, será cobrado R$ 20,00 por cabeça”, ressalta Edemário Marques de Almeida, 36, gerente do abatedouro e membro da cooperativa. Além da organização dos produtores, os órgãos públicos também estão ajudando. Existe um comitê gestor formado por representantes da prefeitura, Sebrae, ADAB, EBDA, cooperativa, Banco do Nordeste e Sicoob, que se reúne uma vez por mês para corrigir rumos, propor alternativas e dar encaminhamentos.
O prefeito local, Walcyr Almeida, dá o exemplo. Além de ser um dos cooperados tem um rebanho de 100 cabeças de caprinos, segundo ele um animal com carne mais saborosa e saudável que a de ovino. “Minha expectativa é grande com relação ao início dos trabalhos do abatedouro, que vai gerar mais emprego e renda para a população”, destaca o prefeito, lembrando que o empreendimento foi construído pelos próprios produtores, que acreditaram desde o início nessa forma de produzir carne legal e certificada.
Serviço:
Sebrae na Bahia - (71) 3320-4300
Segundo o presidente da cooperativa, Diomécio Juvêncio dos Santos, 43 anos, quando estiver em pleno funcionamento a unidade vai abater cerca de 100 animais/dia de toda a Bacia do Jacuípe, formada pelos seguintes municípios: Pintadas, Ipirá, Pé de Serra, Capela do Alto Alegre, Várzea da Roça, Baixa Grande e Nova Fátima. “Além disso, pretendemos integrar outras cooperativas e prestar serviço de abate”, ressalta Diomécio, lembrando que no total são 18 mil cabeças e a intenção é atender inicialmente os mercados de Salvador e Feira de Santana.
Apesar de a carne de ovinocaprino ser saudável, com baixo teor de gordura, muitos consumidores resistem em consumi-la por não ter certificação. “Cerca de 80% do abate feito na região é de origem clandestina”, afirma o presidente da cooperativa, destacando que o abatedouro terá ainda um setor para abate de bovinos, que deve ficar pronto ainda este ano.
A construção do abatedouro é fruto da articulação das várias redes sociais que existem no município, que tem cerca de 10 mil habitantes. Diomécio informa que as discussões começaram em 1989, quando foi construído um pequeno abatedouro de ovinocaprino na cidade. Como não obedecia as normas da Vigilância Sanitária, foi desativado e em 2005 a Disop, uma organização não-governamental belgo-brasileira, juntamente com a prefeitura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), financiaram a construção do abatedouro e do caminhão frigorífico. “Depois buscamos a parceria do Governo do Estado e do Sebrae, que passou a atuar na capacitação para gestão e acesso a mercado”, destaca Diomécio.
Produtores têm assistência técnica:
Em paralelo ao processo de implantação do abate, técnicos estão fazendo um levantamento do rebanho para conhecer e orientar os produtores da região. Segundo o veterinário Hugo Dultra Gordiano, 27, coordenador técnico da Agtec (Assistência Gerencial Tecnológica), que atua junto com mais 10 técnicos em agropecuária, já foram cadastradas 159 propriedades, mas a meta é atingir todas as 400 fazendas dos sete municípios da Bacia do Jacuípe.
“Com os dados sobre o rebanho, o tipo de pastagem e o manejo, vamos poder dar uma assistência gerencial adequada ao criador, que vai aprender a controlar o fluxo de caixa, a taxa de desfrute do rebanho, peso ao desmame, entre outros fatores”, destaca Hugo, lembrando que no início o técnico vai fazer as atividades junto com o produtor e depois ele mesmo vai administrar a própria
propriedade.
O coordenador estadual da área de ovinocaprinocultura pelo Sebrae, Robério Araújo, explica que a Agtec foi viabilizada graças a uma articulação institucional entre a Secretaria da Agricultura do Estado e Sebrae. A iniciativa atende cerca de 1200 produtores no Estado em três regiões: Juazeiro, Pintadas e Jussara.
“É uma forma de integração entre o produtor e a agroindústria”, destaca Robério, lembrando que a Bahia tem dois outros frigoríficos de ovinocaprino particulares, um em Feira de Santana e outro em Jequié, além de um terceiro em Barreiras, que funciona de forma mista (parte é administrado pela cooperativa e parte pela iniciativa privada). O objetivo principal, segundo o coordenador estadual, é inserir o pequeno produtor nos ganhos da cadeia produtiva.
Expectativa de bons negócios:
Os criadores esperam que o abatedouro melhore o preço pago atualmente pelo quilo do animal, além da garantia de compra. Ênio Santo de Lima, 39, de Capela do alto Alegre, a 26 km de Pintadas, por exemplo, tem um rebanho de 65 matrizes de caprinos na Fazenda Tiririca. Hoje, o produtor recebe cerca de R$ 75,00 por arroba. Normário Juvêncio dos Santos, 44 anos, é outro que espera aumentar a renda depois do abatedouro. Ele tem ao todo 40 ovinos da raça Santa Inês, e cria matrizes para revender. “Espero que tenhamos mais mercado com a inauguração do frigorífico”, disse.
Já Simário de Oliveira Rios, dono da Fazenda Cajazeira, em Pintadas, confessa que cria ovinos devido ao baixo custo de alimentação. Ele mantém um plantel de 25 matrizes e mais três vacas. Destaca que o mercado potencial é Rio de Janeiro e São Paulo, onde os cortes especiais são valorizados. “Com o frigorífico, vai haver um abate em alta escala, o que vai estimular a criação
de mais animais”, destaca, lembrando que a Bahia detém o maior rebanho de caprinos do Brasil e o segundo de ovinos (só perde para o Rio Grande do Sul).
Quando estiver funcionando, o abatedouro vai prestar serviço para toda a região. “Num raio de 50 km, será cobrado R$ 20,00 por cabeça”, ressalta Edemário Marques de Almeida, 36, gerente do abatedouro e membro da cooperativa. Além da organização dos produtores, os órgãos públicos também estão ajudando. Existe um comitê gestor formado por representantes da prefeitura, Sebrae, ADAB, EBDA, cooperativa, Banco do Nordeste e Sicoob, que se reúne uma vez por mês para corrigir rumos, propor alternativas e dar encaminhamentos.
O prefeito local, Walcyr Almeida, dá o exemplo. Além de ser um dos cooperados tem um rebanho de 100 cabeças de caprinos, segundo ele um animal com carne mais saborosa e saudável que a de ovino. “Minha expectativa é grande com relação ao início dos trabalhos do abatedouro, que vai gerar mais emprego e renda para a população”, destaca o prefeito, lembrando que o empreendimento foi construído pelos próprios produtores, que acreditaram desde o início nessa forma de produzir carne legal e certificada.
Serviço:
Sebrae na Bahia - (71) 3320-4300
Um comentário:
Que bom pára o povo pintadense. assim abrigar portas de empregos pára todos aí.um abraço pára essa cidade linda eh maravilhosa!!
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