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terça-feira, 7 de agosto de 2007

Manejo alimentar - Ovinos

Reprodutor: Volumoso

Concentrado - antes e durante a estação de monta

0,300 - 0,500 kg/an/dia
Ovelha: Volumoso

Concentrado: Flushing reprodutivo

0,300 - 0,500 kg/an/dia
Gestação: Volumoso

Melhor pastagem 60 dias pré-parto

Feno (500gr)

Silagem (3 a 4 kg)

ou 1 kg de feno e 2 ou 3 kg de silagem

Concentrado: 300gr/an/dia
Lactação: Volumoso

Concentrado : 400 a 500 gr/an/dia
Cordeiro: Aleitamento
A partir dos 2 meses: Volumoso à vontade

Concentrado: 200 a 300 g/an/dia;elevando 100g/m até alcançar 1 kg/dia, em regra, 3% do p.v. de matéria seca e 10% de matéria verde.
6 Semanas: 1,5 a 2 kg feno/dia de concentrado


Fornecimento de água e sal mineral a todas as categorias, à vontade.
Observação:

- Alimentação para gestação: é responsável pelo crescimento do feto e formação dos folículos responsáveis pela produção de lã;
- Cordeiro - aleitamento: responsável pelo desenvolvimento dos folículos existentes;
- Ovelhas em lactação: produção de leite e lã (Proteína)

Considerando que os requerimentos nutricionais dos animais e as disponibilidades dos pastos variarem consideravelmente durante o ano, um bom esquema de manejo é aquele que é adequado aos períodos de maior necessidade alimentar dos animais (prenhez, lactação, crescimento) com os períodos de maior disponibilidade de pastos, todavia, isto depende das condições climáticas que varia muito a cada ano. Entretanto, o emprego de normas adequadas permite melhorar os principais parâmetros que caracterizam uma produção deficiente:

- alta mortalidade dos cordeiros nascidos em relação ao número de ovelhas acasaladas;
- pouco desenvolvimento dos animais na fase de crescimento;
- baixa quantidade de lã produzida por animal e
- alta porcentagem de lã de categoria inferior.

Ao programar suas atividades, o produtor deve ter claros os seguintes aspectos que incidem diretamente na sua produção:

- o momento de acasalar, sinalar e desmamar os cordeiros;
- o momento de tosquiar;
- o momento de dosificar, vacinar, banhar os animais e
- quando selecionar os animais.

Tem-se observado que a falta de conhecimento sobre alimentação, entre a maioria dos criadores, é um dos fatores que mais contribui para a baixa produtividade das diferentes espécies e pelo manejo inadequado dos rebanhos em diferentes épocas e em determinadas circunstâncias.

Os nutrientes reconhecidos como essenciais são, geralmente, classificados de acordo com as propriedades químicas, físicas e biológicas em 6 grupos: água, hidratos de carbono, proteínas, gorduras, minerais e vitaminas.
Necessidades nutricionais

- Água: auxilia na dissolução ou suspensão de outros nutrientes; responsável pela conservação da forma do corpo e é vital no controle da temperatura corporal. Ela representa ao redor de 70% da composição do corpo do cordeiro, O ovino consome 1 -6 l/d.

- Hidratos de carbono ou glicídios: os açúcares, o amido e a celulose são hidratos de carbono que apresentam quase a mesma composição química, mas difere no processo de digestão pelo organismo animal. O hidrato de carbono não contém N, que é o elemento característico das proteínas, por isso, são encontrados como E.N.N. (açúcares, amido, hemicelulose) a outra parte dos hidratos de carbono são chamados de fibra bruta (celulose e outros glicídios). O valor destas duas frações para os ovinos se apresenta sob dois aspectos: 1º- a parte fibrosa dá volume à ração, fator importante na alimentsação dos herbívoros; 2º- a fração dos hidratos de carbono solúveis funciona como fonte de energia de utilização imediata.

- Proteínas: são formadas nas plantas pelo nitrogênio, fosfatos e outros sais obtidos do solo e combinadas com o carbono, oxigênio e hidrogênio. As proteínas que o ovino consome são quase exclusivamente de origem vegetal. As folhas e as sementes das plantas são fontes ricas em proteínas. A qualidade da proteína, nos ruminantes é sintetizada desde que receba materiais necessários, os diferentes aminoácidos, que são por sua vez formadores de proteínas. A principal função das proteínas é construir ou reparar os tecidos, que constituem os músculos, pele, órgãos internos, parte do tecido ósseo e nervoso. A lã é constituída por um composto protéico, a queratina. Os ovinos necessitam da proteína para o crescimento, reprodução, crescimento de 11, além da reposição de tecidos e fluidos do organismo.

- Gorduras: possuem os mesmos elementos químicos que os hidratos de carbono, porém, com menor proporção de oxigênio. Nos vegetais, pastos, fenos e silagens, o termo gordura, não diz respeito a gordura, propriamente dita, mas também outras substâncias esteróis, ceras, fosfolipídios, clorofilas, carotenos e outros pigmentos vegetais. Nas sementes, porém, o seu conteúdo em gordura, representa gordura verdadeira. A função da gordura é destinada a produção de calor e energia.

- Minerais: são indispensáveis para o animal e aumentam grandemente o valor da forragem. Os elementos minerais mais importantes geralmente contidos nos alimentos são; cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, ferro, cobre, enxofre, iodo, zinco, cloro e cobalto. Destinam-se, no organismo animal a atender às seguintes finalidades:

- formar os ossos e dar-lhes a necessária rigidez;
- constituir uma parte dos músculos, células do sangue e lã;
- integrar as substâncias solúveis que compõem a parte líquida do corpo;
- estimular a absorção dos alimentos e preservar de decomposição os princípios orgânicos consumidos;
- tonificar todos os sistemas do organismo animal, reforçando a resistência as doenças.

A quantidade de minerais contidos nas plantas forrageiras será diretamente proporcional ao teor desses alimentos contidos no solo.

- Vitaminas: importante para perfeito estado de saúde dos animais.

Vitamina "A" - sintetizada pelo animal à partir do caroteno das plantas: deficiência; cegueira noturna, perda de apetite, aborto, natimorto, infecções respiratórias é importante na reprodução; fonte;- forragens verdes, principalmente fenos;
Vitamina "K" - anti-hemorrágica, função: garantir a saúde dos vasos capilares. Os ruminantes a sintetizam no rúmen;
Vitamina "D" - regula a assimilação do Ca e P, evitando o raquitismo. É sintetizada pela presença do sol;
Vitamina "E" - importante na reprodução, está presente na maioria das forragens. A doença muscular branca em cordeiros é resultante de uma deficiência de vitamina E.
Vitamina "C" - é sintetizada pela maioria dos animais, sua inclusão é necessária para os cordeiros recém-nascidos.
Vitamina "B" - é sintetizado pelo rúmen do animaL O complexo B estimula o apetite, protege contra distúrbios nervosos e gastrointestinais e é essencial para a reprodução e lactação.
Alimentos:

Pastagens, Fenos e silagens, Palhadas e Concentrados
Introdução

Planejamento na forma de pastagens e preparo de alimentos complementares (rações e [ ] - concentrados); cuidados especiais com a sanidade do rebanho (vacinas, vermifugação e banhos sanitários), acompanhamento da cobertura, gestação e parto dos animais (assim como a sua desmama) e os preparativos para a tosquia e abate são os principais itens de manejo na ovinocultura.

Alimentação: Os ovinos possuem a capacidade de aproveitar alimentos fibrosos e grosseiros como capins, ramos e palhas. Isto se deve à constituição do aparelho digestivo - características dos ruminantes quando apresentam o estômago muito desenvolvido e dividido em retículo, rúmen, omaso e abomaso.

A capacidade de digestão e o aproveitamento de forragem, dependerão da eficiência de seu desempenho e da qualidade nutricional das forragens ou outros materiais fibrosos oferecidos como parte maior da dieta. Pesquisas realizadas em várias espécies ruminantes mostram que o ideal é o fornecimento mínimo de 50 a 70% da MS da dieta na forma de volumoso.

Portanto, a alimentação dos ovinos deve ser feita basicamente à pasto, havendo necessidade de suplementação somente em situações especiais. O fornecimento excessivo de concentrado, também pode favorecer a ocorrência de problemas fisiopatológicos nos animais, tais como, timpanismo, cetose, enterotoxemia e diarréias.

Hábito de pastejo: pasteja de preferência gramíneas, realizando corte uniforme e baixo nos vegetais, a medida que andam pela pastagem, já as raças deslanadas tendem a apresentar um comportamento semelhante ao dos caprinos, ingerindo uma quantia considerável de ramos e folhas fazendo um pastejo mais seletivo e menos uniforme. Outro aspecto importante do comportamento dos ovinos em pastagem é o fato de evitarem pasto alto (acima de sua altura). Nessa situação, o plantel tende a permanecer na periferia do posto, penetrando na pastagem somente após o rebaixamento do mesmo, através do pastejo ou pisoteio por bovinos ou roçadeiras.

Forrageiras adequadas: Se for considerado o hábito de pastejo do ovino, de pastejo baixo, ou seja, colhe as forragens bem próximas ao solo, as forrageiras mais indicadas são; Pangola (Digitaria decumbens c. v. Pangola) , Estrela Africana (Cynodon plectastachyns), Pensacola (Paspalum notatum), Coast-Cross (Cynodon dactdon), e Quiquio (Penninsetun Clandestinum). Outras forrageiras podem ser utilizadas, desde que manejadas baixas, como; Capim de Rhodes (Chlorys Gayanus), Andropogon (Andropogon Gayanus) e algumas variedades de Panicum (Centauro, Tanzânia). Estas forrageiras são muito bem aceitas pelos ovinos e apresentam bom valor nutricional. Em regiões de clima ameno, pode-se fazer uso de forrageiras de inverno como a Aveia Preta (Avena Strígosa) ou o Azevém (Lolium Multzflorum), quando são anuais.

A escolha das forrageiras utilizadas nos pastos se baseará nas características de clima e solo da região onde se localiza a propriedade, sendo interessante utilizar mais de uma espécie, este método garantirá maior variedade de nutrientes oferecidos, além de representar uma garantia adicional quanto á diminuição da ocorrência de pragas, doenças, intempéries climáticas, já que diversas forrageiras se comportam de maneira diferente diante das condições ambientais. O consórcio gramínea/leguminosa em pastagem para ovinos é um procedimento aconselhável, não só no âmbito da nutrição (eleva o nível de proteína da dieta) como também melhora a produtividade da pastagem, devido à capacidade das leguminosas, em fixar N atmosférico pelas bactérias (Rhizobium) que vivem em simbiose com suas raízes.
Pastos-vegetação

Sem uma boa alimentação, é inútil pensar-se em raças especializadas. Esta é necessária para a economia e o aperfeiçoamento de um rebanho, pois é sabido que as raças especializadas são conseguidas em boa parte, com os cuidados com a alimentação.

Os ovinos preferem pastos rasteiros, vegetais baixos, forragens finas, macias, leguminosas, arbustos.

Preferem lugares altos, descampados, secos e permeáveis. Fogem às umidades das baixadas, os campos de carrapichos. Escolhem campos abrigados dos fortes ventos por eucaliptos e outros arvoredos que lhes servem de proteção.

Os ovinos produziram mais, recebendo boa alimentação. Daí ser necessário cultivar forrageiras de alto valor nutritivo. As pastagens devem ser racionalmente divididas, e o emprego de arame liso.Algumas forrageiras recomendadas:

- Capim de Rhodes: muito utilizado na formação de pastagens; é bem aceito pelos ovinos tem bom valor nutritivo.
- Trevo Branco: ótimo para a formação de pastagem, consorciado com outras forrageiras. Prefere solos argilosos, mas adapta-se a qualquer qualidade de terreno.
- Grama Bermuda: a sua utilização para ovinos é grande, capim de crescimento rápido, boa cobertura do terreno, resistente ao pisoteio e a seca, muito rústica. Boa palatabilidade e valor nutricional.
- Capim Quiquio: forma densos gramados, de folhas estreitas, colmos finos, enraíza com facilidade, resiste ao pisoteio, ao fogo e ao frio.
- Aveia Perene: gramínea muito precoce, produtiva, resistente ao frio, adapta-se a diversos tipos de solos, não muito exigentes. E utilizada como forragem de inverno, podendo ser pastejo direto ou cortada para feno ou forragem verde.
- Azevém: gramínea não exigente em solo, vegeta bem em locais de boa umidade (sem água estagnada). É bem aceita tanto no pastejo como fenada. Pode ser consorciada com frevo, alfafa.
- Setária Anceps: resistente á seca, pouca exigência em solos, tolerante á geada (menor teor de oxalato), usada para pastejo ou fenação.
- Centrozema pubescen; leguminosa, trepadeira, pouca resistência ao frio, geada, vegeta bem tanto em solos pobres como férteis, resistente à seca. Usada principalmente para pastoreio.

Lotação e Manejo dos pastos: um dos aspectos mais importantes no manejo das pastagens é a determinação da carga animal que permanecerá no pasto. Considera-se a produtividade da forrageira utilizada em MS e o consumo médio diário de um animal adulto 3% PV em MS. A lotação pode ser estimada de 8 a 10 an./ha., sendo que este número poderá ser maior ou menor, conforme as condições ambientais.

Aguadas: permanentes correntes; na ausência há necessidade de construção de bebedouros.

Tranqüilidade: não é necessário recolhe-las à noite em abrigos, podendo ficar solta no campo. Deve ter abrigos para os ovinos se protegerem das grandes chuvas e ventos fortes (pode-se empregar bosques de eucaliptos). Evitar presença de cães, que são inimigos naturais.
Sistema de pastejo

Contínuo: diminui a necessidade de cerca e bebedouros e como desvantagem é o menor aproveitamento da forragem disponível;
Rotacionado: melhor aproveitamento da forragem (controla a intensidade e a uniformidade de pastoreio), facilita o controle de verminose (o período de descanso diminui o nível de infestação de larvas sob a ação radiação solar e ventos). Períodos de descanso 35 a 42 dias. Sazonalidade de produção de pastagens: dependendo das condições climáticas de cada região estas determinarão duas estações definidas - chuva ou calor e seca com temperaturas baixas. Essas duas estações provocam, nas espécies forrageiras, um ritmo de crescimento bastante intenso na estação das águas em confronto com baixas taxas de crescimento no período seco. Esse problema poderá ser contornado com a utilização de fenos e silagens ou produção das forrageiras de inverno (como aveia, azevém ou centeio).
Exigências Nutricionais

As exigências nutricionais dos ovinos, em proteína, energia, minerais e vitaminas, variam em função de:

Raça: as mais precoces e de grande porte, como as especializadas na produção de carne, em geral apresentam maior exigência nutricional que as produtoras de lã ou mistas. Já as raças deslanadas tendem a serem ainda menos exigentes;
Idade: os animais mais jovens apresentam maiores exigências nutricionais , em razão do maior ritmo de crescimento;
Categoria ou situação fisiológica: as exigências nutricionais variam significativamente conforme o estado fisiológico apresentado pelo animal. A gestação, particularmente, em seu 1/3 final, e a lactação, levam a um aumento dessas exigências. Animais doentes, em fase de tratamento e recuperação, exigem maiores cuidados nutricionais;

Em criações extensivas onde os animais têm que percorrer grandes distâncias entre áreas de pastejo, cocho de sal ou bebedouros, as necessidades nutricionais, principalmente energéticas, tendem a ser maiores que as de animais em pastagens menores e mais produtivas.

Em geral, os ovinos podem ser mantidos exclusivamente em regime de pasto, tendo sempre à disposição água e sal mineral à vontade. Em determinadas épocas do ano pode ser necessário o fornecimento de forragem conservada como complemento alimentar. Também são recomendáveis suplementares algumas categorias, como ovelhas no 1/3 final de gestação, e lactação, cordeiros desmamados e reprodutores em serviço.

Alimentação de animais de Cabanha: a instalação é adotada para reprodutores e matrizes de alta linhagem, bem como animais que estão sendo preparados para exposição ou cordeiros (machos e fêmeas) destinados à venda para reprodução. Estes animais são mantidos na cabanha para que se possa dar uma alimentação mais adequada de modo que estas categorias manifestem todo o seu potencial genético. A alimentação destes animais pode ser feita basicamente de 2 formas; a primeira, com ração completa, ou seja, já com o volumoso incluído, ou fornecendo separadamente, o volumoso (capineira/feno) mais o concentrado. Na segunda opção, fornecimento de volumoso e concentrado, o volumoso (feno, capineiras ou silagem), deve estar sempre à disposição do animal e apresentar boa qualidade.

Manejo alimentar - Ovinos


Equipe de Ovinocultura/FZEA-USP

Planejamento alimentar

Reprodutor: Volumoso

Concentrado - antes e durante a estação de monta

0,300 - 0,500 kg/an/dia
Ovelha: Volumoso

Concentrado: Flushing reprodutivo

0,300 - 0,500 kg/an/dia
Gestação: Volumoso

Melhor pastagem 60 dias pré-parto

Feno (500gr)

Silagem (3 a 4 kg)

ou 1 kg de feno e 2 ou 3 kg de silagem

Concentrado: 300gr/an/dia
Lactação: Volumoso

Concentrado : 400 a 500 gr/an/dia
Cordeiro: Aleitamento
A partir dos 2 meses: Volumoso à vontade

Concentrado: 200 a 300 g/an/dia;elevando 100g/m até alcançar 1 kg/dia, em regra, 3% do p.v. de matéria seca e 10% de matéria verde.
6 Semanas: 1,5 a 2 kg feno/dia de concentrado

Fornecimento de água e sal mineral a todas as categorias, à vontade.

Observação:

- Alimentação para gestação: é responsável pelo crescimento do feto e formação dos folículos responsáveis pela produção de lã;
- Cordeiro - aleitamento: responsável pelo desenvolvimento dos folículos existentes;
- Ovelhas em lactação: produção de leite e lã (Proteína)

Considerando que os requerimentos nutricionais dos animais e as disponibilidades dos pastos variarem consideravelmente durante o ano, um bom esquema de manejo é aquele que é adequado aos períodos de maior necessidade alimentar dos animais (prenhez, lactação, crescimento) com os períodos de maior disponibilidade de pastos, todavia, isto depende das condições climáticas que varia muito a cada ano. Entretanto, o emprego de normas adequadas permite melhorar os principais parâmetros que caracterizam uma produção deficiente:

- alta mortalidade dos cordeiros nascidos em relação ao número de ovelhas acasaladas;
- pouco desenvolvimento dos animais na fase de crescimento;
- baixa quantidade de lã produzida por animal e
- alta porcentagem de lã de categoria inferior.

Ao programar suas atividades, o produtor deve ter claros os seguintes aspectos que incidem diretamente na sua produção:

- o momento de acasalar, sinalar e desmamar os cordeiros;
- o momento de tosquiar;
- o momento de dosificar, vacinar, banhar os animais e
- quando selecionar os animais.

Tem-se observado que a falta de conhecimento sobre alimentação, entre a maioria dos criadores, é um dos fatores que mais contribui para a baixa produtividade das diferentes espécies e pelo manejo inadequado dos rebanhos em diferentes épocas e em determinadas circunstâncias.

Os nutrientes reconhecidos como essenciais são, geralmente, classificados de acordo com as propriedades químicas, físicas e biológicas em 6 grupos: água, hidratos de carbono, proteínas, gorduras, minerais e vitaminas.

Necessidades nutricionais

- Água: auxilia na dissolução ou suspensão de outros nutrientes; responsável pela conservação da forma do corpo e é vital no controle da temperatura corporal. Ela representa ao redor de 70% da composição do corpo do cordeiro, O ovino consome 1 -6 l/d.

- Hidratos de carbono ou glicídios: os açúcares, o amido e a celulose são hidratos de carbono que apresentam quase a mesma composição química, mas difere no processo de digestão pelo organismo animal. O hidrato de carbono não contém N, que é o elemento característico das proteínas, por isso, são encontrados como E.N.N. (açúcares, amido, hemicelulose) a outra parte dos hidratos de carbono são chamados de fibra bruta (celulose e outros glicídios). O valor destas duas frações para os ovinos se apresenta sob dois aspectos: 1º- a parte fibrosa dá volume à ração, fator importante na alimentsação dos herbívoros; 2º- a fração dos hidratos de carbono solúveis funciona como fonte de energia de utilização imediata.

- Proteínas: são formadas nas plantas pelo nitrogênio, fosfatos e outros sais obtidos do solo e combinadas com o carbono, oxigênio e hidrogênio. As proteínas que o ovino consome são quase exclusivamente de origem vegetal. As folhas e as sementes das plantas são fontes ricas em proteínas. A qualidade da proteína, nos ruminantes é sintetizada desde que receba materiais necessários, os diferentes aminoácidos, que são por sua vez formadores de proteínas. A principal função das proteínas é construir ou reparar os tecidos, que constituem os músculos, pele, órgãos internos, parte do tecido ósseo e nervoso. A lã é constituída por um composto protéico, a queratina. Os ovinos necessitam da proteína para o crescimento, reprodução, crescimento de 11, além da reposição de tecidos e fluidos do organismo.

- Gorduras: possuem os mesmos elementos químicos que os hidratos de carbono, porém, com menor proporção de oxigênio. Nos vegetais, pastos, fenos e silagens, o termo gordura, não diz respeito a gordura, propriamente dita, mas também outras substâncias esteróis, ceras, fosfolipídios, clorofilas, carotenos e outros pigmentos vegetais. Nas sementes, porém, o seu conteúdo em gordura, representa gordura verdadeira. A função da gordura é destinada a produção de calor e energia.

- Minerais: são indispensáveis para o animal e aumentam grandemente o valor da forragem. Os elementos minerais mais importantes geralmente contidos nos alimentos são; cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, ferro, cobre, enxofre, iodo, zinco, cloro e cobalto. Destinam-se, no organismo animal a atender às seguintes finalidades:

- formar os ossos e dar-lhes a necessária rigidez;
- constituir uma parte dos músculos, células do sangue e lã;
- integrar as substâncias solúveis que compõem a parte líquida do corpo;
- estimular a absorção dos alimentos e preservar de decomposição os princípios orgânicos consumidos;
- tonificar todos os sistemas do organismo animal, reforçando a resistência as doenças.

A quantidade de minerais contidos nas plantas forrageiras será diretamente proporcional ao teor desses alimentos contidos no solo.

- Vitaminas: importante para perfeito estado de saúde dos animais.

Vitamina "A" - sintetizada pelo animal à partir do caroteno das plantas: deficiência; cegueira noturna, perda de apetite, aborto, natimorto, infecções respiratórias é importante na reprodução; fonte;- forragens verdes, principalmente fenos;
Vitamina "K" - anti-hemorrágica, função: garantir a saúde dos vasos capilares. Os ruminantes a sintetizam no rúmen;
Vitamina "D" - regula a assimilação do Ca e P, evitando o raquitismo. É sintetizada pela presença do sol;
Vitamina "E" - importante na reprodução, está presente na maioria das forragens. A doença muscular branca em cordeiros é resultante de uma deficiência de vitamina E.
Vitamina "C" - é sintetizada pela maioria dos animais, sua inclusão é necessária para os cordeiros recém-nascidos.
Vitamina "B" - é sintetizado pelo rúmen do animaL O complexo B estimula o apetite, protege contra distúrbios nervosos e gastrointestinais e é essencial para a reprodução e lactação.

Alimentos:

Pastagens, Fenos e silagens, Palhadas e Concentrados

Introdução

Planejamento na forma de pastagens e preparo de alimentos complementares (rações e [ ] - concentrados); cuidados especiais com a sanidade do rebanho (vacinas, vermifugação e banhos sanitários), acompanhamento da cobertura, gestação e parto dos animais (assim como a sua desmama) e os preparativos para a tosquia e abate são os principais itens de manejo na ovinocultura.

Alimentação: Os ovinos possuem a capacidade de aproveitar alimentos fibrosos e grosseiros como capins, ramos e palhas. Isto se deve à constituição do aparelho digestivo - características dos ruminantes quando apresentam o estômago muito desenvolvido e dividido em retículo, rúmen, omaso e abomaso.

A capacidade de digestão e o aproveitamento de forragem, dependerão da eficiência de seu desempenho e da qualidade nutricional das forragens ou outros materiais fibrosos oferecidos como parte maior da dieta. Pesquisas realizadas em várias espécies ruminantes mostram que o ideal é o fornecimento mínimo de 50 a 70% da MS da dieta na forma de volumoso.

Portanto, a alimentação dos ovinos deve ser feita basicamente à pasto, havendo necessidade de suplementação somente em situações especiais. O fornecimento excessivo de concentrado, também pode favorecer a ocorrência de problemas fisiopatológicos nos animais, tais como, timpanismo, cetose, enterotoxemia e diarréias.

Hábito de pastejo: pasteja de preferência gramíneas, realizando corte uniforme e baixo nos vegetais, a medida que andam pela pastagem, já as raças deslanadas tendem a apresentar um comportamento semelhante ao dos caprinos, ingerindo uma quantia considerável de ramos e folhas fazendo um pastejo mais seletivo e menos uniforme. Outro aspecto importante do comportamento dos ovinos em pastagem é o fato de evitarem pasto alto (acima de sua altura). Nessa situação, o plantel tende a permanecer na periferia do posto, penetrando na pastagem somente após o rebaixamento do mesmo, através do pastejo ou pisoteio por bovinos ou roçadeiras.

Forrageiras adequadas: Se for considerado o hábito de pastejo do ovino, de pastejo baixo, ou seja, colhe as forragens bem próximas ao solo, as forrageiras mais indicadas são; Pangola (Digitaria decumbens c. v. Pangola) , Estrela Africana (Cynodon plectastachyns), Pensacola (Paspalum notatum), Coast-Cross (Cynodon dactdon), e Quiquio (Penninsetun Clandestinum). Outras forrageiras podem ser utilizadas, desde que manejadas baixas, como; Capim de Rhodes (Chlorys Gayanus), Andropogon (Andropogon Gayanus) e algumas variedades de Panicum (Centauro, Tanzânia). Estas forrageiras são muito bem aceitas pelos ovinos e apresentam bom valor nutricional. Em regiões de clima ameno, pode-se fazer uso de forrageiras de inverno como a Aveia Preta (Avena Strígosa) ou o Azevém (Lolium Multzflorum), quando são anuais.

A escolha das forrageiras utilizadas nos pastos se baseará nas características de clima e solo da região onde se localiza a propriedade, sendo interessante utilizar mais de uma espécie, este método garantirá maior variedade de nutrientes oferecidos, além de representar uma garantia adicional quanto á diminuição da ocorrência de pragas, doenças, intempéries climáticas, já que diversas forrageiras se comportam de maneira diferente diante das condições ambientais. O consórcio gramínea/leguminosa em pastagem para ovinos é um procedimento aconselhável, não só no âmbito da nutrição (eleva o nível de proteína da dieta) como também melhora a produtividade da pastagem, devido à capacidade das leguminosas, em fixar N atmosférico pelas bactérias (Rhizobium) que vivem em simbiose com suas raízes.

Pastos-vegetação

Sem uma boa alimentação, é inútil pensar-se em raças especializadas. Esta é necessária para a economia e o aperfeiçoamento de um rebanho, pois é sabido que as raças especializadas são conseguidas em boa parte, com os cuidados com a alimentação.

Os ovinos preferem pastos rasteiros, vegetais baixos, forragens finas, macias, leguminosas, arbustos.

Preferem lugares altos, descampados, secos e permeáveis. Fogem às umidades das baixadas, os campos de carrapichos. Escolhem campos abrigados dos fortes ventos por eucaliptos e outros arvoredos que lhes servem de proteção.

Os ovinos produziram mais, recebendo boa alimentação. Daí ser necessário cultivar forrageiras de alto valor nutritivo. As pastagens devem ser racionalmente divididas, e o emprego de arame liso.Algumas forrageiras recomendadas:

- Capim de Rhodes: muito utilizado na formação de pastagens; é bem aceito pelos ovinos tem bom valor nutritivo.
- Trevo Branco: ótimo para a formação de pastagem, consorciado com outras forrageiras. Prefere solos argilosos, mas adapta-se a qualquer qualidade de terreno.
- Grama Bermuda: a sua utilização para ovinos é grande, capim de crescimento rápido, boa cobertura do terreno, resistente ao pisoteio e a seca, muito rústica. Boa palatabilidade e valor nutricional.
- Capim Quiquio: forma densos gramados, de folhas estreitas, colmos finos, enraíza com facilidade, resiste ao pisoteio, ao fogo e ao frio.
- Aveia Perene: gramínea muito precoce, produtiva, resistente ao frio, adapta-se a diversos tipos de solos, não muito exigentes. E utilizada como forragem de inverno, podendo ser pastejo direto ou cortada para feno ou forragem verde.
- Azevém: gramínea não exigente em solo, vegeta bem em locais de boa umidade (sem água estagnada). É bem aceita tanto no pastejo como fenada. Pode ser consorciada com frevo, alfafa.
- Setária Anceps: resistente á seca, pouca exigência em solos, tolerante á geada (menor teor de oxalato), usada para pastejo ou fenação.
- Centrozema pubescen; leguminosa, trepadeira, pouca resistência ao frio, geada, vegeta bem tanto em solos pobres como férteis, resistente à seca. Usada principalmente para pastoreio.

Lotação e Manejo dos pastos: um dos aspectos mais importantes no manejo das pastagens é a determinação da carga animal que permanecerá no pasto. Considera-se a produtividade da forrageira utilizada em MS e o consumo médio diário de um animal adulto 3% PV em MS. A lotação pode ser estimada de 8 a 10 an./ha., sendo que este número poderá ser maior ou menor, conforme as condições ambientais.

Aguadas: permanentes correntes; na ausência há necessidade de construção de bebedouros.

Tranqüilidade: não é necessário recolhe-las à noite em abrigos, podendo ficar solta no campo. Deve ter abrigos para os ovinos se protegerem das grandes chuvas e ventos fortes (pode-se empregar bosques de eucaliptos). Evitar presença de cães, que são inimigos naturais.

Sistema de pastejo

Contínuo: diminui a necessidade de cerca e bebedouros e como desvantagem é o menor aproveitamento da forragem disponível;
Rotacionado: melhor aproveitamento da forragem (controla a intensidade e a uniformidade de pastoreio), facilita o controle de verminose (o período de descanso diminui o nível de infestação de larvas sob a ação radiação solar e ventos). Períodos de descanso 35 a 42 dias. Sazonalidade de produção de pastagens: dependendo das condições climáticas de cada região estas determinarão duas estações definidas - chuva ou calor e seca com temperaturas baixas. Essas duas estações provocam, nas espécies forrageiras, um ritmo de crescimento bastante intenso na estação das águas em confronto com baixas taxas de crescimento no período seco. Esse problema poderá ser contornado com a utilização de fenos e silagens ou produção das forrageiras de inverno (como aveia, azevém ou centeio).

Exigências Nutricionais

As exigências nutricionais dos ovinos, em proteína, energia, minerais e vitaminas, variam em função de:

Raça: as mais precoces e de grande porte, como as especializadas na produção de carne, em geral apresentam maior exigência nutricional que as produtoras de lã ou mistas. Já as raças deslanadas tendem a serem ainda menos exigentes;
Idade: os animais mais jovens apresentam maiores exigências nutricionais , em razão do maior ritmo de crescimento;
Categoria ou situação fisiológica: as exigências nutricionais variam significativamente conforme o estado fisiológico apresentado pelo animal. A gestação, particularmente, em seu 1/3 final, e a lactação, levam a um aumento dessas exigências. Animais doentes, em fase de tratamento e recuperação, exigem maiores cuidados nutricionais;

Em criações extensivas onde os animais têm que percorrer grandes distâncias entre áreas de pastejo, cocho de sal ou bebedouros, as necessidades nutricionais, principalmente energéticas, tendem a ser maiores que as de animais em pastagens menores e mais produtivas.

Em geral, os ovinos podem ser mantidos exclusivamente em regime de pasto, tendo sempre à disposição água e sal mineral à vontade. Em determinadas épocas do ano pode ser necessário o fornecimento de forragem conservada como complemento alimentar. Também são recomendáveis suplementares algumas categorias, como ovelhas no 1/3 final de gestação, e lactação, cordeiros desmamados e reprodutores em serviço.

Alimentação de animais de Cabanha:
a instalação é adotada para reprodutores e matrizes de alta linhagem, bem como animais que estão sendo preparados para exposição ou cordeiros (machos e fêmeas) destinados à venda para reprodução. Estes animais são mantidos na cabanha para que se possa dar uma alimentação mais adequada de modo que estas categorias manifestem todo o seu potencial genético. A alimentação destes animais pode ser feita basicamente de 2 formas; a primeira, com ração completa, ou seja, já com o volumoso incluído, ou fornecendo separadamente, o volumoso (capineira/feno) mais o concentrado. Na segunda opção, fornecimento de volumoso e concentrado, o volumoso (feno, capineiras ou silagem), deve estar sempre à disposição do animal e apresentar boa qualidade.

Manejo sanitário - Ovino



Criar e Plantar

Os principais mecanismos no controle sanitário são as vacinas, dosificações, banhos e normas de manejo.

Todavia, o método mais efetivo para um bom controle sanitário é iniciar-se com ovinos sadios, assegurar-se que todo o animal que entra na propriedade esteja livre de doenças, (os animais adquiridos devem ser vacinados, banhados e dosificados antes de serem incorporados ao rebanho), e, finalmente, manter um programa sanitário.

Vermifugação

A verminose pode ser considerada um dos principais problemas que afetam ovinos, sendo mais critica nos animais em crescimento. Dependendo do grau de infestação, os parasitas provocam perda corporal, e no crescimento e qualidade da lã, chegando a causar mortalidade; nos animais em crescimento, pode também comprometer a produção futura.

Devemos considerar 2 tipos de populações de parasitas ovos e larvas nas pastagens, e larvas infectantes e parasitas adultos no animal.

As dosificações devem ser acompanhadas com normas de manejo tanto do animal como das pastagens. De uma maneira geral, o objetivo principal de um controle parasitológico deve ser o de reduzir ou eliminar os efeitos adversos dos parasitas através de métodos práticos e econômicos.

Os principais métodos de controle da verminose são as dosificações estratégicas e as baseadas em exames de fezes. Exemplo: antes do acasalamento, após a parição, após o período de chuvas com temperatura elevada, na incorporação de novos animais, na troca de piquetes, na entrada de pastagens cultivadas, na sinalação, após a tosquia e ao desmame.

Banho

Uma vez ao ano os ovinos devem ser banhados para mantê-los livres de piolhos e sarna. Os rebanhos previamente afetados devem receber dois banhos seguidos, com intervalos de 10 a 12 dias. É fundamental banhar todos os animais ao mesmo tempo.

Teoricamente a melhor época para banhar os animais e entre 4 a 6 semanas após a tosquia. Considera-se que nesse tempo as feridas decorrentes dos cortes durante a tosquia estejam cicatrizadas, evitando-se assim a possibilidade de contaminação durante o banho e também, porque o conteúdo graxo que recobre a fibra de lã tende a secar, permitindo uma melhor penetração do inseticida.

Aspectos a serem considerados:

Preparar o banho 2 a 3 dias de antecedência, limpando o banheiro, checando os boxes de secagem e o sistema de drenagem e medindo corretamente a quantidade de água a ser usada;

Seguir as recomendações técnicas do fabricante do produto;

Deixar presos os animais na noite anterior, com suficiente água, para reduzir a contaminação do banheiro pelas fezes e evitar a ingestão do produto pelo consumo de água;

Banhar com tempo bom, iniciando e terminando cedo para assegurar que todos os animais banhados estejam secos ao anoitecer;

Banhar todos os animais, pois bastam poucos parasitas num animal não banhado para provocar uma infestação em todo rebanho;

Banhar primeiro os carneiros. Cordeiros não desmamados devem ser banhados separados das ovelhas;

Cada animal deve permanecer entre 20 a 40 segundos, dependendo da quantidade da lã, devendo a cabeça ser submersa 2 vezes;

Manter os animais após o banho nos boxes de drenagem até o termino do escorrimento da água, deixando-os secar completamente antes de levá-los aos poineiros;

Recarregar adequadamente o banheiro segundo as instruções do fabricante;
Na "descarga" do banheiro, evitar a contaminação de cursos de água ou alimentos passíveis a serem usados pelo homem ou animais.

Observação dos animais

Para que a criação de ovinos tenha sucesso, alguns cuidados essenciais não podem ser esquecidos. O criador deve correr diariamente a criação para verificar nascimentos, óbitos e doenças; deve também observar os cascos periodicamente, corta-los e trata-los se necessário.

Ferimentos devem ser desinfetados e tratados com medicamento repelente de insetos para evitar o aparecimento de miiases, problema comum em ovinos.

As principais causas de mortalidade entre os cordeiros são a hipotermia logo após o nascimento e as verminoses, principalmente a haemonchose; entre os adultos, a podridão do casco (foot-rot). Todas podem ser, evitadas Com manejo higiênico sanitário correto. Efetuar manejo dirigido à prevenção conta verminoses (rodízio de pasto/espécie), febre aftosa e carbúnculo (vacinações), além dos cuidados básicos de higiene sempre que forem realizadas intervenções como castração, descola e até mesmo tosquia, desolhe ou cascarreio.

Higienizar instalações, pastos e piquetes. Vacinar as ovelhas prenhes contra enterotoxemia e tétano no terceiro mês de gestação e os filhotes contra aftosa no terceiro mês de vida (revacinações a cada 4 meses).

Fazer exame de fezes e vermifugar o rebanho periodicamente. Não descuidar da alimentação, procurando oferecer pasto de boa qualidade, suplementando, se necessário, com feno; fornecer ração e sais minerais.

Examinar a fonte de água (natural ou artificial) e manter bebedouros limpos. Descartar animais fracos ou doentes, pois comem mais do que produzem; e evitar a presença de gatos pois podem transmitir doenças aos ovinos.

Principais doenças e profilaxia

Infecciosas

Aftosa - causada por vírus (A, O e C), afeta ovinos de todas as idades, provocando aftas na mucosa bucal, úbere, coroa e unha; as lesões transformam-se em porta de entrada para infecções bacterianas secundárias, resultando em manqueira. A prevenção é feita por meio de vacinação do rebanho a cada 4 meses (primeira aos 3 meses) e isolamento dos animais doentes.

Carbúnculo hemático:
(antrax) - causado pelo Bactilus anthracis, esporulado, resistente, presente em tecidos, sangue, secreções de animais; solo, forragens e água; contaminação por ingestão ou inalação, causando febre hemorrágica, fatal na forma aguda.

Carbúnculo sintomático:
causado pelo Clostridium chauvei, esporulado, resistente, que penetra no organismo através de feridas em mucosas; afeta ovinos jovens, provocando o aparecimento de tumores no pescoço e quartos posteriores e a manifestação de febre, inapetência, apatia e freqüentemente a morte entre 12 e 16 horas; para prevenção, vacinação dos cordeiros com 4 meses, repetindo-se após um ano.

Diarréia dos cordeiros:
causa por coliformes, produz debilidade, depressão, cólicas e fezes líquidas; a mortalidade é alta quando não é feito tratamento; profilaxia por meio de alimentação controlada, higiene, proteção dos filhotes e separação dos doentes.

Ectima contagioso (dermatite pústular)
: causada por vírus dermotrópico, afeta ovinos de todas as idades e também o homem (zoonose), provocando pequenas bolhas nos lábios dos cordeiros ou na coroa do casco, vulva ou prepúcio dos adultos, evoluindo para pústulas e depois crostas como verrugas. A profilaxia é feita pela vacinação dos cordeiros aos dois meses e do rebanho uma vez, pois a imunidade é duradoura.

Brucelose ovina:
causada pela bactéria Brucela ovis, afeta ovinos de todas as idades provocando aborto e epididimite; pode ser transmitida ao homem através do leite. Não existe tratamento e a prevenção é impedir a entrada de animais positivos em um rebanho sadio; animais positivos devem ser eliminados.

Tétano:
toxemia causada pelo Clostridium tetani, anaeróbio esporulado, resistente, causando rigidez muscular de membros posteriores, cabeça mastigação demorada, deglutição difícil resultando freqüentemente na morte do animal. Para prevenção, vacinar as fêmeas prenhes 2 meses antes do parto e os cordeiros aos 3 meses; revacinar em caso de ferimento.

Pododermatite (foot-rot, manqueira):
causada pelo bacilo Sphaerophorus necrophorus, produz inicialmente inflamação e congestão dos tecidos e a seguir descola do estojo córneo, com necrose do tecido, formação de grandes coleções purulentas, impedindo o aprumo normal e provocando a manqueira. Para evitar o aparecimento da doença, manter os animais em terreno seco, observar os cascos a cada 3 meses e aparar o excesso caso necessário, evitar pastos contaminados e isolar os doentes.

Pneumonia:
geralmente secundária, pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, vermes e corpos estranhos; provoca febre, inapetência prostração, respiração difícil (membros anteriores abertos). A doença pode ser evitada se os animais forem mantidos em locais secos, sem correntes de ar, especialmente após a tosquia ou banhos terapêuticos.

Enterotoxemia:
causada pelo bacilo anaeróbico Clostridium perfringens, que é encontrado normalmente no solo e no trato intestinal dos ovinos; em animais superalimentados pode haver uma multiplicação exagerada, com produção de exotoxina, que atua nos intestinos provocando cólicas, diarréia fétida, sintomatologia nervosa, com excitabilidade até convulsão, ranger de dentes, movimentos de pedalar, podendo provocar morte súbita. A profilaxia é feita por meio da vacinação das ovelhas 3 semanas antes do parto e dos jovens 15 dias antes da desmama.

Oftalmia contagiosa (peste de chorar):
causada por microorganismos, do gênero Moraxella caracteriza-se por fotofobia, conjuntivite e alteração da córnea, a propagação da doença é favorecida pela presença de moscas e quando os animais são submetidos a stress alimentar ou ambiental e a profilaxia depende do isolamento e tratamento dos doentes.

Doenças parasitárias

Sarna (psoríase): causada principalmente por ácaros do gênero Psoroptes equi v. ovis, forma lesões externas, formando placas e crostas, com prurido e queda da lã com menos freqüência, pode ser causada pelo Chortoptes bovis.

Piolho:
infestação por insetos da ordem Anoplura, principalmente pelos grupos chamados sifunculados e malófagos; com perda de peso, coceira, lã empastada e com falhas.

Bicheiras ou miiases:
infestações por larvas de moscas, principalmente da espécie Callitroga americana, que depositam ovos em feridas e crostas de sangue; as larvas penetram na carne, causando inquietação, e coceiras; as pontas de lã puxadas podem ser um sinal da ocorrência da doença.

Oestrose (rinite parasitária):
bicheira casa por larvas da mosca Oestrus ovis, que se localizam nas fossas nasais e seios frontais dos ovinos; os sintomas mais comuns são espirro e agitação.

Carrapatos:
a espécie Boophtlus microplus é a mais comum em ovinos e parasitam principalmente animais recém tosquiados ou deslanados; provoca irritação e emagrecimento.

Verminose:
é a mais freqüente causa de mortalidade entre os ovinos, especialmente dos cordeiros. O principal parasita é o nematóide Haemonchus contortus, que se aloja no estômago, causando anemia, prostração, inapetência, diarréia, lã áspera pela falta de lanolina.

Eimeriose:
causada principalmente pelo protozoário Elmeria arloingi, provoca depressão, emagrecimento e diarréia sanguinolenta em cordeiros.

Broncopneumonia verminótica:
pneumonia causada a principalmente pelo helminto Distyocaulus fylaria; provoca tosse seca, respiração difícil, fadiga e emagrecimento até a caquexia.

Fasciolose (baratinha-do-fígado):
causada pela Fasciola hepática, que em uma fase de vida se multiplica em caramujos e na fase adulta parasita o fígado dos ovinos.

Distúrbios Metabólicos

Hipotermia: afecção que ataca cordeiros recém nascidos expostos a baixas temperaturas ao nascer ou que são abandonados pelas mães; também pode afetar os cordeiros que tiveram dificuldade para mamar o colostro; pode ser evitada com vigilância dos piquetes maternidade para assistência aos cordeiros.

Toxemia da prenhez:
afeta ovelhas prenhes com fetos duplos ou triplos, que foram sub ou super alimentadas, provocando depressão nervosa com apatia, incoordenação e cegueira na fase final. A alimentação adequada evita o aparecimento da doença.

Cálculos:
podem ocorrer na uretra em ovinos alimentados com pouco verde e ração muito rica em fosfato, causando retenção de urina e morte por uremia.

Amostras para exame laboratorial

- Fezes: resfriadas ou mergulhadas em formol a 10 %
- Suspeita de doença infecciosa: osso longo (canela), limpo, em lata bem fechada, mantido em refrigeração até a remessa;
- Exame bacteriológico: fragmentos de órgãos mergulhados em glicerina e água (em frasco esterilizado);
- Suspeita de tumores: fragmentos de órgãos em formol a 10 %.
- Identificação de parasitas: vermes em solução salina com formol e ácido ascético.

Guzerá


Criar e Plantar

- Origem: região central da Índia;
- Pelagem: predominante é a fumaça (cinza - prateada);
- Aptidão: mista, ou seja, é uma raça de corte com linhagem leiteira; produção media de 2300 kg de leite; leite com 3,5% de gordura, peso na fêmea adulta é de 500 kg e no macho é de 800 kg.

Holandesa



Criar e Plantar

Generalidades

Pouco se sabe sobre a origem da raça holandesa, ou frieshollands veeslay, ou ainda frísia holandesa, havendo anotações que vão até o ano 2000 a.C. Alguns afirmam que foi domesticada há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Alemanha. Eram animais de origem grega, de acordo com ilustrações antigas, o que causa maior dúvida sobre sua formação.

No Brasil não foi estabelecida uma data de introdução da raça. Paulino Cavalcanti (1935) cita que baseado em dados históricos, referentes à nossa colonização, presume-se que o gado holandês foi trazido nos anos de 15308 1535. Quase todos os touros da atualidade são originários de três países famosos: da Frísia, Groningen e Holanda.

Características

As holandesas apresentam as seguintes características:

- Idade para a primeira cobertura: 16 a 18 meses;
- Idade para o primeiro parto: 25 a 27 meses;
- Duração da gestação: 261 dias a 293 dias (média de 280 dias);
- Intervalo entre partos: 15 a 17 meses.

Padrão da raça

- Malhadas de preto-branco ou vermelho branco; ventre e vassoura da cauda branca; barbela e umbigueira pouco pronunciada, tamanho da vulva discreta, não pregueada animal não preto e nem totalmente branco.
- Cabeça bem moldada, altivo, fronte ampla e moderadamente côncava, chanfro reto, focinho amplo com narinas bem abertas, mandíbulas fortes que exprimem o estilo imponente e viva e própria da raça;
- Pescoço longo e delgado que se une suavemente na linha superior ao ombro refinado e cruz angulosa; vértebras dorsais que se sobressaem e inferiormente ao largo peito com grande capacidade circulatório e respiratório;
- Dorso reto, fone e linha lombo-dorsal levemente ascendente no sentido da cabeça;
- Garupa comprida, larga e ligeiramente desnivelada no sentido quadril a ponta da nádega;
- Coxas retas, delgadas e ligeiramente côncavas, bem separadas entre si, cedendo amplo lugar para o úbere
- Pernas com ossatura limpa, chata e de movimentos funcionais que terminam empatas de quartelas fortes e cascos bem torneados;
- Pele fina e pregueada e pêlo fino e macio.

Cruzamento industrial

Os principais cruzamentos são com a raça gir, formando o girolando, e com o guzerá, formando o guzolando (ou guzerando), ambos com livro de registro genealógico.

Desde 1991, todo o gado holandês é registrado desde o nascimento. A pecuária de gado holandês para carne, com novilhos precoces, caminha aceleradamente desde a década de 1970. Já na década de 1980 foi estabelecido um programa alternativo de cruzamentos com raças especializadas de corte, destacando-se o charolês, o limousin, o piemontês, o bleu-blanc-belge, e outras, para incrementar o rendimento de carne, promovendo o surgimento de linhagens de melhor rendimento no abate. Esta é a grande novidade científica da vinda do milênio, prometida pela Associação Brasileira de Criadores de Gado Holandês que pode revolucionar a pecuária mundial. "Assim como o holandês revolucionou a pecuária leiteira, essa alternativa (carne-leite) pode provocar uma segunda revolução" protetiza.

Produtividade de leite

Existem 961 criadores inscritos no Controle Leiteiro Oficial, que somaram 104.382 animais em produção no ano de 1998. A média brasileira de produção leiteira foi de 6.622 (305 dias) em 1998 e de 7.290kg na idade adulta (305 dias). Cerca de 84% dos criadores residem em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

A média de Produção de Leite em 1998, foi a seguinte:

- Lactações padronizadas em 305 dias e em 2 ordenhas: 6.622 kg
- Lactações padronizadas em 305 dias, 2 ordenhas à idade adulta :7.290 kg
- Lactações em 2 ordenhas, até 305 dias: 5.962 kg; de 306 a 365 dias: 7.862 kg
- Lactações em 3 ordenhas, até 305 dias: 7.160kg.

Melhoramento genético

Até o inicio de 1980, o Brasil foi considerado o detentor do maior rebanho mundial de HVB (holandês vermelho branco), mas o efetivo foi decrescendo, ano após ano, por falta de disponibilidade de reprodutores VB (vermelho branco) com provas genéticas comprovadas e também pela não aceitação das cobrições de vacas VB por touros PB (preto branco). A abertura para uso de reprodutores PB sobre vacas VB somente aconteceu por volta de 1984 desde que o reprodutor fosse portador de gene recessivo para pelagem VB.

A FAO, organização da ONU vinculada ao setor de alimento e agricultura relacionou, na década de 1950, três tipos de gado holandês, cada uma com seu próprio registro genealógico:

a) Holandês preto e branco (ou vermelho e branco), com cerca de 80% do total;
b) Meuse-Rhine-ljssel (vermelha e branca), com cerca de 18%;
c) "Groningen" (cabeça branca), com cerca de 2%.

Princípios de enfermagem


Criar e Plantar

Aplicação de medicamentos

Subcutânea

Mais indicada para vacinas e vermífugos. O local ideal de aplicação é a região atrás ou à frente da pá, conhecida como paleta. É uma área fácil de ser atingida, além de possuir pele frouxa e fina e apresentar maior segurança para o aplicador. Como o próprio nome diz, o líquido fica depositado entre o couro e a carne. Para que a injeção seja melhor absorvida, recomenda-se direcionar a agulha obliquamente de cima para baixo, como também dobrar a pele, para impedir o refluxo do medicamento. Não se deve aplicar na região da cauda, por estar suja de fezes e apresentar-se pouco elástica, seca e distendida.

Endovenosa

É a que proporciona mais facilidade na absorção e ação mais rápida. Vai diretamente ao sangue e é a via preferencial para administrar soros e soluções de cálcio e fósforo. Os melhores locais são as veias jugular e mamária ( ou abdominal), quando desenvolvida. Normalmente os medicamentos são acompanhados do equipo ( material necessário para realizar o procedimento ). Caso não haja gente treinada na fazenda para a aplicação endovenosa, esta pode ser substituída pela subcutânea, porém repetida em várias regiões do corpo, como atrás da paleta, barriga e outras em que a pele é abundante e solta. Aplicar tantas vezes quanto necessárias para esgotar as dosagens recomendadas.

Intramuscular

Relativamente complicada para quem não possui prática. A agulha, sendo de latão, não suporta grandes tensões, quebrando freqüentemente devido aos movimentos bruscos dos animais no tronco. Deve ser dada em caso de medicamentos oleosos e de antibióticos específicos, situações esclarecidas pelas bulas. Nesse caso, o medicamento chega mais rápido aos vasos do que através da subcutânea. Os melhores locais de aplicação são a região glútea ( garupa), o músculo da tabua do pescoço e da coxa, os mais volumosos.

Intra-ruminal

Dada com uma agulha especial, mais comprida, de calibre groso, com resistência para atravessar o couro, as paredes musculares, o peritônio e o rúmen. De uso bastante restrito, a injeção intra-ruminal de antelmíntico oferece a vantagem de ser menos trabalhosa que a administração oral e proporciona manejo mais rápido. Apenas o veterinário ou alguém treinado pode fazer essa aplicação, pois algum erro pode causar infecções de difícil recuperação pelos animais.

Intradérmica

Aplica-se somente para testes de tuberculose e alérgicos. Feita com agulha especial, bem pequena. Resultados conferidos em algumas horas. O local de aplicação é debaixo da cauda, pela ausência de pêlos, o que facilita a observação das reações.

Problemas nos cascos dos bovinos

Podem ocorrer por lesões causadas por febre aftosa, brocas, traumatismos, postura defeituosa do membro, podridão do casco e permanência por longo tempo em pisos ásperos ( cimento), que levam à formação de ferida de difícil recuperação, agravada pelo excesso de umidade. Geralmente aparece quando o animal começa a mancar, havendo mudança na posição de apoio devido à dor. O tratamento é cirúrgico, aparando os cascos, moldando a unha, para que o animal volte a pisar normalmente. Para cascos com feridas, deve ser feita linpeza e curativo, com enfaixamento da pata para evitar hemorragia. Animais com esse problema devem ser manejados em locais secos, sem acúmulo de água e barro, para evitar agravamento e facilitar a cicatrização.

Uma das formas preventivas é a utilização de pedilúvio, em que o animal precisa passar, molhando os cascos, pelo menos uma vez ao dia.

Pedilúvio: 5 litros de formol, 5 kg de sulfato de cobre e água suficiente para completar 100 litros.

Banho Carrapaticida

Geralmente a única atividade utilizada para combater carrapatos. O gado leiteiro, por ter maior grau de sangue holandês e serem manejados de maneira mais intensiva, sofrem mais com esse problema.

O preparo correto da solução é muito importante. Para que a solução fique homogênea é necessário diluir-se o carrapaticida em 2 a 3 litros de água e misturar muito bem. Só depois disso é que a mistura pode ser novamente diluída para o volume total do pulverizador, misturando-se muito bem novamente. O banho não deve ser dado com pressa, mas sim com cuidado para que o corpo todo do animal seja pulverizado, garantindo maior eficiência. O equipamento deve estar em boas condições, com presão suficiente para saída de um jato com microgotículas, que, com muita velocidade, penetram nos pêlos e atingem os carrapatos pequenos. Para o banho os animais devem ser contidos por corda, canzil, brete de tábuas estreitas ou cordoalha de aço e banhados individualmente. Para cada animal gasta-se de 3 a 4 litros de solução.

Os banhos por aspersão não se mostram eficientes, pois os carrapatos pequenos não são mortos, fazendo com que as fêmeas cresçam até cair no chão e botar ovos. A eficiência só é alcançada com banhos a cada quinzena.

O banho deve ser aplicado no sentido contrário aos pêlos e de cima para baixo, sempre a favor do vento. O aplicador deve proteger-se com luvas, máscara e roupa apropriada, tanto na preparação como na aplicação. Em caso de chuva, os animais devem ser mantidos em local coberto por duas horas após o banho.

O produto carrapaticida deve ser de boa qualidade, mas mesmo assim pode causar resistência dos carrapatos, dependendo dos parasitas sobreviventes após o banho. Os produtos são divididos por famílias e os carrapaticidas da mesma família devem ser administrados por cerca de dois a três anos, da forma mais correta possível e pelo menor número de vezes possível, para que a resistência demore mais para se instalar. Quando for feita a troca, deve-se escolher um carrapaticida de família diferente.

A melhor época para a aplicação de medicamento carrapaticida é a dos meses quentes do ano, janeiro a abril, quando os carrapatos proliferam com maior facilidade. Recomenda-se uma série de cinco a seis banhos a cada 21 dias.

Temperatura normal : de 37,5 ºC a 38,5ºC

Tabela para animais sadios

Gestação

Primeiro cio

Reaparição pós-parto

Cio repetição

Duração

340 dias

Após 01 ano

08 dias

23 dias

5-11 dias

Intervalo (partos)

Idade reprodução (mín.)

Idade reprodução (máx.)

Idade castração

Aleitamento

18 meses

3-4 anos

16 anos

15 meses

6-7 meses

Gir Leiteiro


Criar e Plantar

Generalidades

A raça gir leiteira originou-se na região de Gir, Península de Kathawar, na Índia, em 1953. A entrada das raças zebuínas no Brasil ocorreu em meados do século XVII até a década de 60; é provável que o gir tenha chegado por volta de 1906. A princípio foram importados animais da região do Rio Nilo, ao norte da África, em seguida da África Ocidental (Senegal, Guiné e Congo) e, finalmente da Índia.

No início das importações mais expressivas das raças indianas, destacou-se a atuação do criador brasileiro Teófilo de Godoy, que tendo feito várias viagens à Índia, entre 1893 e 1906, incentivou outros criadores.

Características

O gir leiteiro, como define o próprio nome, foi adaptado para maior produção de leite, índole natural da raça. A produção leiteira da raça é controlada oficialmente assim com genealogias registradas na ABCZ -Associação Brasileira dos Criadores Zebu; um controle independente distingue do gir de corte.

Todo gir produz leite, mas o leiteiro está em processo contínuo aperfeiçoamento por várias gerações, com produções aferidas que permitem distinguir os animais pelo desempenho, não por indicativos subjetivos do que poderá ser ou produzir. O que determina o valor de um animal, de maneira a prever sua capacidade de melhorar o rebanho, é o conhecimento do nível de produção de sua linhagem, como bisavós, avós, pais, irmãos e filhos.

Os níveis de produção do gir leiteiro apresentam produtividade mais do que adequada para o clima brasileiro e condições de criação, existindo variabilidade genética capaz de sustentar um programa de seleção visando o melhoramento. A percentagem de gordura é alta (em torno de 5%).

A persistência da lactação não é problema nestes rebanhos, com vacas produzindo leite além de 305 dias. Sua produtividade média (3.233 kg) torna possível manter o rebanho com níveis de suplementação mínima, com possibilidade de ser mantida apenas com manejo em pastagens melhoradas. No período da estação seca, as vacas não apresentam queda na produção de leite, desde que atendidas em termos de exigência nutricional mínima para seus níveis de produção. Os animais são extremamente dóceis, de boa índole e lida fácil, facilitando o esquema de criação confinada.

As vacas gir se adaptam facilmente à ordenha, mesmo aquelas mais velhas, que foram criadas no sistema de cria ao pé. O bezerro é facilmente criado, com aleitamento artificial usando mamadeira ou com acesso a um dos peitos durante ou após a ordenha. As vacas gir permitem, sem restrição, a utilização de ordenharia mecânica.

O gir leiteiro expressa seu potencial produtivo com menos alimento e sofre menos com a restrição alimentar, pois sua exigência, seu índice de metabolismo e de ingestão de alimentos é mais baixo em relação às raças taurinas, sendo necessário menor reposição alimentar.

Padrão da raça

O gir leiteiro além de ser extremamente dócil, com aptidões para o leite e carne, caracteriza-se por apresentar perfil convexo e ultra-convexo, testa proeminente, com chifres laterais freqüentemente retorcidos, barbela desenvolvida e com pelagens das mais variadas, podendo apresentar pêlos brancos, vermelhos, amarelos e pretos em combinações muito variadas.

Uso no cruzamento

O gir leiteiro tem sido preferido para cruzamentos com as raças européias especializadas, tais como a holandesa, jersey e pardo-suiço, sendo utilizada, inclusive, na formação do mestiço leiteiro brasileiro, reconhecido como raça a girolanda.

O gir mocho, bem como os demais mochos, devem ter sido originados a partir de cruzamentos de animais da raça gir com aqueles da raça mocha nacional existentes, sobretudo, em Goiás, que por sua vez tem suas origens ligadas aos primeiros animais taurinos introduzidos no país.

Através de um processo de seleção, para as características produtivas do gir, acabou-se por modelar dois tipos distintos na raça, separando-o no sentido mais próximo do ideal para o gir carne ou gir leite. O gir não formou variedades diferentes na raça, mas sim aptidões de produção desiguais. Os criadores de gir leiteiro dão ênfase na seleção para o leite, enquanto que para o gir de corte está para as características raciais.

Produtividade de leite

O gado gir leiteiro sob controle oficial apresenta produção média de 3.233 kg, índice que está 290% acima da média nacional. As médias das produções de leite de 15.846 lactações controladas pela ABCZ revelam avanços contínuos. De 1964 a 1977 houve ganho de 69,0%, em 13 anos, com aumento de 1.148 kg. Em 1988 apresentou aumento de 21 kg em relação a 1977; de 1988 a 1998 houve aumento de 410 kg na média das vacas, com ganho de 14,52%.

O aparecimento nos rebanhos de vacas gir de elevada capacidade leiteira evidencia existência de potencial genético, chegando a 13.000 kg e produção de 44 kg.

Melhoramento genético

As possibilidades atuais e futuras da pecuária, com base no zebu, são inquestionáveis, dada sua importância na estrutura genética da população de bovinos e destaque dos rebanhos elite, havendo interesse de muitos países em utilizar este material genético. Aliado a isto, o melhoramento genético animal vem se modernizando aceleradamente no Brasil.

Na bovinotecnia vem sendo implementados diversos programas comerciais com metodologia moderna de avaliação e de melhoramento genético. É a avaliação genética da funcionalidade, e não a forma do animal, que determina o preço dos reprodutores, do sêmen e dos embriões. Cada vez mais o mercado exige qualidade genética, avalizada pela tecnologia moderna e não apenas pela propaganda. Destaca-se a tecnologia moderna aliada a organização.