Embrapa

500 Perguntas 500 RespostasOnline

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Manejo na ordenha


Equipe de Bovinocultura de Leite/FZEA-USP

A escolha do sistema

O tipo de sistema a ser utilizado deve levar em consideração:

-número de animais a serem ordenhados

-nível de produção dos animais

-tipo de leite a ser produzido

-qualidade da mão de obra

- investimentos totais a serem realizados

- custos operacionais a serem realizados

Tipos de ordenha

-Manual

-Mecanizada: balde ao pé, RST cirduito fechado, Tandem, espinha de peixe, poligonal, paralela ou rotatória.

Manual

Esse tipo de ordenha é largamente empregada no Brasil e é caracterizado por sua baixa eficiência e pela produção de um leite com alto grau de contaminação.

Mecanizada

Balde ao pé: sistema mais barato que se conhece. Possui eficiência de 15 vacas/homem/ hora com 2 baldes. No Brasil, devido à mão-de-obra ainda ser relativamente barata, é o sistema mais indicado para propriedades, com até 50 animais. Existem 3 tipos de Balde de Pé: no estábulo, na Sala de Ordenha e portátil.

Circuito fechado: também inidicado para rebanhos menores. Neste sistema, o leite no momento da ordenha é transportado por tubo de PVC. A velocidade é de 8 vacas/hora/unidade.

Sistema de tandem: esse sistema foi desenvolvido para os rebanhos maiores, de até 80 animais. o sistema mais comum é o "4x4"; apresenta um rendimento de 22 a 32 vacas/homem/hora. O manejo neste sistema é individual e a entrada e saída das vacas são controladas por meio de fotocélulas. Com o tandem um único profissional pode cuidar de 6 a 8 animais.

Espinha de peixe: é o sistema mais utilizado entre os criadores; apresenta um rendimento de 37 a 42 vacas/homem/hora no tipo "4x4"; os animais ficam posicionados em 45° em relação ao fosso, posição que facilita a visualização dos úberes e tetos; as vacas entram e saem em lote, sendo a maior desvantagem do sistema, pois as vacas devem ser manejadas em lotes de produção semelhante. Este sistema de ordenha é indicado para criatórios com até 300 animais.

Poligonal: considerada uma variação do espinha depeixe, os animais ficam na mesma posição. Com capacidade para 4 lotes, este sistema é mais indicado para os criadores que desejam instalar máquinas maiores e desenvolver um trabalho mais racional dentro do fosso.

Paralela: é indicada para propriedades que contenham de 300 a 1.000 animais, em que cada operador cuida sozinha de 12 a 30 unidades. Neste sistema as vacas ficam umas ao lado das outras e de costas para o fosso.

Rotatória: é o mais moderno de todos os sistemas de ordenha. Desenvolvido para atuar em fazendas com mais de 500 vacas, sua extensão máxima atendem até 60 unidades. Nesse sistema, o ordenhador cuida de 30 vacas e são ordenhados 120 animais/hora.

Higiene

Práticas higiênicas inadequadas prejudicam a qualidade do leite, predispõem a ocorrências de mastite, que ocorre, na maioria das vezes, por penetração de microorganismos através do canal da teta. As medidas higiênicas visam evitar esse acesso. A higiene, portanto, é a palavra chave no controle da mastite.

Para obtenção de leite de melhor qualidade e para prevenir e/ou reduzir a níveis toleráveis as infecções da glândula mamária do rebanho, uma vigilância constante deve ser dirigida ao manejo e ordenhadores.

No curral e sala de ordenha

As instalações como sala de ordenha e curral de espera, por onde circulam os animais antes, durante e após a ordenha, devem ser mantidas limpas e secas, para evitar a multiplicação de microorganismos. Na limpeza diária, recomenda-se remover as fezes para evitar a proliferação de moscas e lavar em seguida com água corrente de boa qualidade.

Mensalmente deve-se fazer, após a limpeza do local, a desinfecção com cal virgem ou soluções à base de cresóis na concentração de 1%.

Com os utensílios

Os utensílios de ordenha, tais como baldes e latões devem ser limpos e desinfetados. A limpeza é feita nos intervalos da ordenha, de preferência com água quente ou morna, utilizando detergente biodegradável e desinfetante apropriado.

Uma solução de 5 a 10 ppm de cloro ativo (1ml de solução de hipoclorito de sódio, contendo 10% de cloro ativou de água), é eficaz após 5 a 10 minutos de contato.

Após serem lavados e enxaguados, os utensílios devem ser mantidos destampados e de boca para baixo até secarem por completo.

Onde se usa ordenha mecânica, a limpeza adequada e a manutenção, de acordo com as recomendações do fabricante, são essenciais para prolongar a vida útil do equipamento e ajudar na prevenção de mastite. A limpeza da ordenhadeira com substâncias apropriadas e na concentração indicada pelo fabricante compreende três fases:

Pré-lavagem: deve ser feita com água fria, e tem como finalidade remover os resíduos de leite que se aderem ao equipamento;

Lavagem principal: utiliza-se uma solução de limpeza apropriada a equipamentos de ordenha (detergente alcalino) em água aquecida a 50-60ºC deixando o conjunto funcionar por 15 minutos para remover todo o resíduo.


Enxágüe final: é realizado com água fria em abundância, para remoção completa da solução de limpeza, mantendo-se o conjunto funcionando por 5 minutos.

Uma vez por semana ou a cada 15 dias, inclui-se antes da lavagem principal um detergente ácido, específico para ordenhadeiras mecânicas, além do detergente alcalino e em seguida, enxagua-se com água.

Com os animais

Antes da ordenha: as tetas devem ser lavadas com água potável corrente, removendo-se a sujeira e enxugando-as com toalha de papel descartável.
Realizar o teste da caneca de fundo preto, pois além de permitir a identificação dos casos de mastite clínica em sua fase inicial, evita a contaminação do ambiente com os primeiros jatos de leite.

Após a ordenha: as tetas devem ser imersas em solução à base de iodofor ou de iodo glicerinado.

Estabelecer linha de ordenha quando for detectado algum animal com mastite, sendo que estas deverão ser ordenhadas por último, desinfetar o canal da teta em solução de iodo glicerinado, antes de aplicar o medicamento e massagear o quarto teto medicado para dispersar o remédio.

Os remédios deverão ser baseados em exames de antibiogramas.

Nenhum comentário: